Thursday, July 19, 2007

Using. Reusing
viii. room for bed

3ºandar. maio 2007

Using. Reusing
viii. night for lovers

3ºandar. sala sul. abril 2007

Using. Reusing
vii. table for writing poems

3ºandar. sala sul. março 2007

Wednesday, July 18, 2007

ex-house. (leaving) old house. (look for) new house
im still in love for an homeless house or i just lost my shoes?

Por várias razões, algumas lógicas outras demasiado absurdas sequer para serem referidas, vamos sair da casa. Decisão difícil, porque esta oportunidade de poder habitar um edifício dessa dimensão, em plena ribeira, era única e provavelmente irrepetível. Talvez não. Entre as festas, as exposições, as experiências, as intervenções, esta casa quis ser sempre algo mais, que juntasse arquitectura e música, artes plásticas e a possibilidade de viver na baixa-ribeira.

Utilizar este edifício, como se utilizasse a cidade, contemplando, deambulando, intervindo, reutilizando. Contemplar o tempo, como um infinito substrato de coisas que se agarram às paredes, ao chão, ao tecto. Deambulando por corredores vazios, como se fossem ruas, salas como praças. Intervir, reutilizar, agir sobre esses espaços, dotar-lhes de novos usos, novas operações, novos habitats, sem destruir, sem aniquilar aquilo que lhe dá significado. Essa imersão infinita no tempo, na memória, na cidade.

E agora, que digo adeus, cada vez penso mais que este edifício é esta cidade. Com os seus corredores vazios, com as suas salas abandonadas, que nós reconvertemos, que enchemos de gente, de música, de fotografias e serigrafias penduradas nessas paredes poeirentas. Candeeiros, vestidos suspendidos pelas escadas, o desejo de percorrer a correr essas caixa de escada e sair voando pela claraboia. Mas nós, eu sou apenas eu.

Há senhorios que deixam morrer a cidade. Os corredores vão voltar a estar vazios, as salas de portadas fechadas. Porque há pessoas que preferem ter e deixar morrer a permitir que outros usem, tenham ideias, façam, concretizem. Há demasiados preconceitos, conservadorismos, há demasiado dinheiro onde não deveria haver, e pessoas erradas com dinheiro errado. E enquanto, não se criar oPORTOnidades, para que seja essa camada activa da população a intervir sobre a cidade, designers, arquitectos, artistas, musicos, investigadores. A cidade fechar-se-à ainda mais, tal como esta casa.

Fecho as portadas, e tranco a porta, mas apetece-me deixar as luzes todas acesas, as janelas todas abertas e dizer: entrem, ocupem esta casa, ocupem esta cidade. É vossa...

plb

Monday, July 16, 2007

Using. Reusing
vi. tv in tv out

2ºandar. sala norte. fevereiro 2007

Using. Reusing
v. Through the window
2ºandar. sala norte. fevereiro 2007

Using. Reusing
iv. sleeping wall
3ºandar. sala sul. abril 2007

Using. Reusing
iii. Ribeira negra. lugares para contemplar o rio

2º andar. sala sul. fevereiro 2007


Using.Reusing
ii. Duas luzes numa sala de estar

2ºandar, sala norte. dezembro 2006
Using, Reusing
i.Room for books

2ºandar, sala sul. janeiro 2007

Thursday, June 28, 2007

Using, REusing, REmaking old new buildings!

how to reuse a staircase?

falling dresses over an homeless house!


Uma instalação, na caixa de escadas deste edifício, feita com vestidos antigos. Que aqui funcionam sobre a condição de vestigios e fragmentos. Sem os corpos que lhe dão forma, estes vestidos suspendem-se no tempo, são apenas invúlucros residuais e perenes de ar, memória e pó. E este edifício sem os corpos, as pessoas que lhe dão a forma, é também ele, invólucro vazio, memória residual que lentamente se vai desbotoando, como as cores destes vestidos, como as cores desta cidade.
opo
ver exposição online:
opo
opo


Instalação de Pedro Bismarck, fevereiro 2007, Porto, Ribeira

Sunday, June 10, 2007

Welcome to the second part! if you turn the screen just now, our topic today is about Architecture!

How to REuse an homeless house in an homeless city?


“We should long ago have got into the habit of moving about, of moving freely(…), we haven’t asked ourselves why it was there and not somewhere else, why it was like this and not otherwise. Then, obviously, it was too late, our habits were formed”

Georges Perec, Species of Spaces


i. La città invisibili

As cidades confrontam-se, hoje, com o problema crescente da multiplicação de espaços abandonados, casas e edifícios desabitados que foram perdendo as funções sobre as quais estavam ordenados. Por outro lado, parecem ser do ponto de vista da sua forma e espaço, inadequados para responder às variantes e às exigências do habitar contemporâneo. Um habitar cada vez mais suburbano e menos urbano, baseado na lógica do carro, das rápidas comunicações, transformando o centro da cidade numa espécie de cenário turístico escrito em anglo-saxónico.

ii. This is not for rent!

O “regresso à baixa”, o lema da revitalização urbana, tenta impor um conjunto de práticas e estratégias, que visam adaptar os edifícios às novas condições contemporâneas. Nada de errado à partida. Mas mais importante seria, talvez, resgatar a ideia da cidade enquanto dispositivo de operações urbanas, sociais e culturais. Não quer dizer voltar atrás e refazer a configuração tradicional de cidade, mas sim devolver a urbanidade à cidade. A cidade como local de encontro de pessoas, de concretização de eventos, de acções sociais e práticas culturais. Um dispositivo sensível e orgânico aberto a novas formas de utilizar e reutilizar a cidade, de forma a valorizar o seu potencial representativo e urbano. O deserto hoje não está na margem sul, mas aqui bem no centro da cidade. Não basta enquadrar os sistemas político-jurídico-financeiros, é preciso que haja estratégia e que essa passe por uma compreensão global da cidade.

iii. How to ReUse an homeless city?

Deveríamos, por isso, pensar que talvez não sejam estes edifícios que estão errados, mas algumas das nossas práticas correntes. E que estes estão apenas silenciosamente à espera do nosso “regresso”. O diário gráfico produzido no blogue, acerca deste edifício situado na ribeira reflecte sobre isso, sobre a excessiva “maquinização” das nossas casas e o seu encerramento em rotinas e práticas estabelecidas. Não há espaço de transgressão ou liberdade dentro desses apartamentos T0, T1, T2, tudo pertence a um conjunto imposto de medidas estandardizadas, de materiais e matérias predefinidas. Mas aqui não, o centro, a ribeira, este edifício, pertencem a uma outra lógica de construção e de concepção mais mutável, feita através do tempo. O edifício é uma sobreposição de matérias diferentes, de substratos coincidentes e anacrónicos. E o que interessa isso? O edifício do centro, não é mais a máquina ditatorial operativa e supra-funcional das casas suburbanas. Estas grandes salas “desproporcionadas” do século XIX, estas casas de banho em ferro e vidro feitas em suspenso nas fachadas dos logradouros, esta caixa de escadas gigantesca com a sua clarabóia, são um campo ilimitado de possibilidade de um habitar mais informal, mais aberto, descomprometido com o mercado e mais comprometido com a cidade. Não podemos, nem nos deixar soterrar pelo peso excessivo da história, limitando a necessária acção regenerativa, nem destruir tudo, deixando apenas o cenário das fachadas, para construir mais casas suburbanas.

iv. A matéria fluida da cidade

A arquitectura deve resgatar o que ainda subsiste, incorporar essa existência nos “novos” espaços, criando tipologias habitacionais e práticas quotidianas (privadas e públicas) mais dinâmicas, mais urbanas e menos conformistas e comodistas.
A cidade alemã de Berlim é o paradigma dessa relação intensa – que o Porto perdeu – entre habitante e cidade, entre criação e destruição, rotina e desejo, transgressão e regra. Promovendo e utilizando a cidade como palco de estratégias alternativas de habitar e de a habitar. A questão está, por isso, em saber adaptar, mas também em saber adaptarmo-nos. E é nesse jogo que corre a matéria fluida da cidade.


Pedro Levi Bismarck.
Junho 2007

Referências:
AUGÉ, Marc, Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da sobremodernidade; Lisboa, Bertrand, 1998.
CHRIS, Philo, Foucault’s Geography in Thinking Space, ed. Crang, Mike, London Routledge, 2000.
PEREC, George, Species of Spaces and Other Pieces, London, Penguin, 1999.
PRADO COELHO, Eduardo, As formas do Invisível in A Simbólica do Espaço, ed. Yvette Centeno, Editorial Estampa, 1991.
SAVAGE, Mike, Walter benjamin’s urban thought in Thinking Space, ed. Crang, Mike, London, Routledge, 2000.
TEYSSOT, Georges, Dis-eases of domicile in Nuevos Modos de Habitar, CTAV, Valência, 1996.

Thursday, May 31, 2007

diário gráfico. xxxi.05


E para terminar: o rio, as caves e o porto visto daqui...
o
Esta primeira parte dedicou-se sobretudo a resgatar memórias deste edifício, daquilo que foi e do que ainda é. Da sua relação com a cidade, com a história e a passagem do tempo. Foi, também, a aproximação às suas caracteristicas arquitectónicas e espaciais, tentando perceber de forma interpretativa que usos, que operações se desenrolaram neste edifício ao longo da sua história. E simutâneamente preparando a próxima parte...
o
plb

Wednesday, May 30, 2007

diário gráfico. xxx.05.
A rua faz parte da casa, entra pelas janelas. A cidade mistura-se com a sala, com as paredes e reflecte-se tudo nestes vidros. Não há nem interior nem exterior, a casa prolonga-se pela rua e pelo rio. Tudo está aqui, como se a cidade fosse um filme em permanente projecção. Eu dentro, estou lá fora! E eu lá fora, também estarei cá dentro?
w
plb

Thursday, May 24, 2007

diário gráfico. xxiv.05
paisagem romântica sobre o Porto I

Tuesday, May 22, 2007

Diário gráfico. xxii.05


Daqui ninguém diria que o rio está a poucos metros, que estamos em plena Ribeira e em pleno Porto património mundial! Do outro lado do rio, em Gaia, ao anoitecer, quando se acendem as luzes ainda com o céu azul quase negro, nem nos apercebemos que tudo não passa agora de um cenário imenso!

Deste lado, o Porto ainda é o Porto?

Ainda assim, estranho paradoxo, este abandono acentua-lhe o sentido trágico e dá-lhe um certo toque romântico. Como se a cidade esperasse, desde há muito tempo, junto ao rio, pela chegada desse seu amante esquecido...


plb

Monday, May 21, 2007

diário gráfico. xxi.05
O que fica (as estranhas coisas que ficam), o que não fica e o que nunca existiu...

plb



Friday, May 18, 2007

diário gráfico. xviii.05.



o outro corredor...


plb

Tuesday, May 15, 2007

diário gráfico. xv.05
As casas não ficam desabitadas abruptamente, vão-se desabitando, há um vazio que milimetricamente ocupa todas as superfícies, todas as paredes, todas as janelas. Uma vez entrados dentro desta sala, no súbito silêncio entre a passagem de dois pássaros, ouve-se ainda esse barulho do papel a descolar-se lentamente da parede. Como se o vazio, com as suas mãos e dedos imperceptíveis, despisse com indelével melancolia as paredes, a casa e a minha memória.

plb

Sunday, April 22, 2007

diário gráfico. xxiii.04Tectos. Não consegui escrever um texto sobre tectos. Quererá dizer alguma coisa?

plb